Ele estava muito ocupado

Meu marido passava no mínimo uma semana trabalhando com o jornal da nossa igreja ‘Stop Suffering News’. Ele chegava a dormir com a cabeça em cima do computador mais ou menos duas horas toda noite… Eu ia dormir sozinha e acordava sozinha. Quando eu estava perto, ele estava muito ocupado pra conversar comigo. Quando eu estava longe, ele estava muito ocupado pra ver se como eu estava. Aqueles foram tempos de solidão no meu casamento…

Tudo isso estava me matando por dentro. Naquela época os meus pais também moravam na mesma cidade com um outro pastor e sua esposa. Eu tinha que pôr um monte de maquiagem toda manhã pra que eles não percebessem meus olhos inchados de chorar a noite toda. Às vezes eles me perguntavam o que estava de errado. Às vezes eles fingiam não notar.

Quando aquela semana acabava, as coisas voltavam ao normal. Mas normal somente por três semanas! Ele sempre estava muito cansado pra conversar comigo, muito estressado pra me ouvir. Eu até pensei que ele não me amava mais… quanto mais eu exigia atenção, pior eu me sentia. É humilhante quando você tem que implorar pra ter atenção de alguém.

Ele não deu ouvidos. Ele estava muito focalizado na tarefa em suas mãos. Ajudar os sofridos, alcançá-los, levantar discípulos, curar o enfermo, libertar o cativo. Eu passava o dia todo na igreja, evangelizando, aconselhando, ajudando o máximo que eu podia, mas no final do dia, eu queria um pouco de atenção… e eu não recebia nenhuma.

Primeiro eu implorei, daí eu reclamei, depois eu acusei e então eu o evitei. Nada funcionou. Quanto mais eu o evitava, mais eu o queria. Eu me sentia mal comigo mesma, completamente enojada com o meu espírito obsessivo.

Mas eu não estava pedindo muito… Eu só queria um pouco de amor.

E então depois de tentar todo tipo de idéia que aparecia na minha cabeça, eu decidi orar. Sim, eu comecei uma corrente de oração pelo meu marido. Enquanto ele orava pela vida das pessoas, eu orava pela nossa. As coisas começaram a mudar, mas não imediatamente. Ainda faltava muito…

por Dna Cristiane Cardoso